Passenado pela net, encontrei esse artigo no site arte + educação, e achei muito interessante, vale a pena ler, ás vezes é muito dificil saber em que papel podemos nos enquadrar, esse texto nos ajuda a entendermos onde nos encaixamos, leia com carinho..bjusssss
Professor não é pai, nem mãe, nem psicólogo nem assistente social
Um discurso bastante comum é aquele que diz que professor tem que ser pai, mãe, psicológo, assistente social e sabe-se lá o que mais(Talvez padre ou cozinheiro). E bem, nada mais errado que isto. Não só isso incute preconceitos - como que os pais e mães das crianças da escola pública são incapazes de cuidar dos filhos que é necessário que surja a figura mágica para exercer esta função - como foge de todos os princípios básicos destas funções.
Um pai ou mãe exerce uma função bastante próxima da criança e querendo ou não, sabem que no futuro esta pessoa será responsável por eles quando estes estiverem na velhice. Também convivem diariamente com as crianças, nasceram com ela e tem as mãos um bom número de sanções para qualquer falta que as crianças cometam. O professor têm um contato bem mais distante com as crianças e uma gama bem menor de castigos à mão. Na melhor das hipóteses, um professor que tenha grande afeto pelos seus alunos(Usando uma palavra até não muito tempo atrás na moda) vira aquela tiozona sem filhos que mima os sobrinhos, burlando qualquer restrição que seus pais impõe a eles.
E sim, Psicologia e Serviço Social são duas áreas complexas, a ponto que dizer que um professor deve ser psicólogo e assistente social é uma forma de diminuir essas áreas(E tenho lá dúvidas se quem profere este discurso conhece a vida profissional dessas pessoas). E francamente, a vida pessoal e familiar dos alunos não é problema dos professores.
Se há problemas graves de violência a escola pode e deve intervir, mas isto não significa que a pobreza em si justifique um desempenho cognitivo ruim. Claro, eu já vi casos escabrosos e horríveis na vida pessoal dos alunos, mas a postura coitadista tende a piorar, não a melhorar a situação. Mesmo em favelas existem alunos inteligentes, e bem, a grande maioria dos favelados vive melhor que muita gente da classe alta dos períodos Pré-Revolução Industrial. Aliás, mesmo em casos extremamente problemáticos que se refletem em sala de aula a escola tem pouco poder.
E claro, esse tipo de discurso existe em grande parte não por preocupação com o aluno, mas para justificar o fato de que a escola tende a substimar as capacidades dos alunos(Note que eu falo a escola, não os professores. Aliás, as políticas educacionais do país substimam). Professor não é pai, nem mãe, nem psicólogo nem assistente social. Professor é professor, e deve se preocupar com o desempenho intelectual do seu aluno, não com sua vida pessoal.